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Giro pelo Rio Grande reúne grande público em Lajeado
Postado em: 19/05/2023

Cerca de 300 pessoas compareceram na segunda edição do ano do Giro pelo Rio Grande, em Lajeado, no dia 16 de abril. Promovido pela Fecomércio-RS, o evento oportunizou o debate sobre o cenário político-econômico atual, os desafios para o setor terciário e o novo governo. Com o tema “Brasil 2023: para onde estamos indo”, o encontro contou com a participação do cientista político, Fernando Schuler e do consultor econômico, Marcelo Portugal, que foram mediados pelo presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, e pelo economista e gerente de Relações Governamentais da Federação, Lucas Schifino. Na ocasião, estiveram presentes autoridades locais, imprensa e representantes dos sindicatos da região.
Na abertura, o presidente Bohn falou sobre o impacto do cenário político-econômico nas empresas do setor terciário e sobre a importância da representatividade da Federação, assim como o trabalho desenvolvido pelos seus braços sociais, Sesc e Senac. “O setor do comércio de bens, serviços e turismo é o responsável por 52,7% do PIB estadual e por, aproximadamente, 1,6 milhão de empregos formais no Estado. Nós somos fundamentais para desenvolvimento local e, como entidade, devemos estar atentos às necessidades do setor”.
O presidente também citou a mobilização contra artigos 11 e 12 do PLV nº 09/2023, que propõem desviar 5% dos recursos destinados ao Sesc e ao Senac para a Embratur, com o objetivo de promover a imagem do Brasil no exterior. “Agora estamos em um momento de união e luta para que esse projeto não seja aprovado pelo Senado. O Sesc e Senac exercem um papel essencial para a sociedade. Se a medida for aprovada, todos os trabalhadores do país serão prejudicados”, explica.
O prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, destacou necessidade de reformas e autonomia dos municípios. “Neste ano tão importante, se discute uma das reformas mais importantes no país: a reforma tributária. É fundamental que as cidades sejam mais independentes. Defendemos um estado enxuto, austero, com menos impostos e mais produtividade”.
Representado o Sirecom Vale do Taquari e o Sindicabes dos Vales, o presidente do Sindilojas Vale do Taquari, Giraldo Sandri, falou sobre a riqueza desses momentos de discussão. “Desejo que todos saiam daqui com novas ideias para a construção de um futuro para a nossa nação”.
Perspectivas a longo e curto prazo
O economista Marcelo Portugal começou a palestra fazendo uma análise das últimas décadas, mostrando que o Brasil vem crescendo muito pouco. “Temos que dar um choque de capitalismo, de iniciativa privada, para o país crescer”. O economista lembra que na década de 80, o país crescia como a China, uma média de 7% ao ano. Porém, com a Constituição de 1988 o cenário mudou. “Estamos corrigindo problemas que herdamos com a Constituição de 1988, que defende um estado concentrador de poder”, explica.
Quando analisamos o PIB per capita, entre 1980 e 2019 (antes da pandemia), crescemos 34% enquanto, no mesmo período, países da América Latina cresceram 74%, Estados Unidos 95% e Sudeste Asiático 342%. “Estamos ficando para trás e perdendo participação total na economia do mundo. Nos anos 80 representávamos 4% do PIB mundial. Em 2022, esse número passou a ser 2,3%”.
A curto prazo, Portugal mencionou o Arcabouço Fiscal e o aumento gradual do gasto público. Tivemos um aumento da carga tributária, porém entre 2011 e 2014 o gasto público continuou a crescer, gerando mais déficit. Depois, tivemos a pandemia que agravou esse cenário, mas voltamos a ter superávit primário depois da crise”, revela. Para o especialista, o grande destaque foi, em 2016, quando o Congresso votou a favor do Teto de Gastos. “Conseguimos colocar uma trava nos gastos públicos da União. Foi a melhor legislação que fizemos nos últimos 15 anos”. Neste contexto, o palestrante citou o Arcabouço Fiscal como um retrocesso. “O Arcabouço Fiscal é uma ficção que permite que se aumente os gastos públicos”, acredita.
Para finalizar, o economista acredita que para melhorarmos as perspectivas precisamos de duas reformas fundamentais: a tributária e aumentar a produtividade dos serviços públicos. “As regras do setor público incentivam a baixa produtividade. Precisamos de uma reforma trabalhista e do fim do estado empresário. O governo pode prover os serviços por meio de parcerias com a iniciativa privada. Hoje, temos uma carga tributária como a dos países desenvolvidos, mas serviços públicos de nações subdesenvolvidas”, concluiu.
O cientista político, Fernando Schuler, começou falando que vivemos uma revolução tecnológica que, também, atingiu o setor terciário. “Vivemos em uma sociedade barulhenta e caótica, em maio a política do ziguezague brasileiro”. Para o cientista, o empresário brasileiro tem resiliência, porque está preparado para viver um cenário de constates mudanças. “A população está ‘na cola’ e ao mesmo tempo temos uma sensação de mal-estar na democracia brasileira, com tantas intervenções”.
Schuler, também destacou importantes avanços como o Teto de Gastos, a reforma da Previdência, a reforma trabalhista, a Lei da Agências Reguladoras, a Lei das Estatais, a Lei das Terceirizações, a autonomia do Banco Central, o marco do Saneamento, entre outras. Porém, o Brasil é um país dividido, tem dois blocos que pensam exatamente o contrário. “O Brasil é o país do ziguezague. Quebramos em 2015/2016 por irresponsabilidade fiscal, mas depois tivemos decisões que resultaram em importantes reformas”. Ele também acredita na efetividade das parcerias público-privadas, principalmente no setor da educação. “Hoje temos um resultado muito ruim no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – Pisa. E quando comparamos o ensino público com o privado, este abismo é ainda maior. As privatizações e parcerias com o setor privado já mostraram excelentes resultados. Por que não fazer?”.
Sobre o Giro pelo Rio Grande
O objetivo é do evento é apresentar os posicionamentos da entidade frente à realidade do Brasil e debater com a sociedade gaúcha formas de melhorar o Brasil e o Rio Grande do Sul. Confira abaixo, as demais cidades por onde o Giro Pelo Rio Grande irá passar e as respectivas datas:
27/7 - Caxias do Sul
1º/8 – Pelotas
21/9 – Ijuí
17/10 – Uruguaiana






















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